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Mounjaro é aprovado como tratamento para obesidade

Você provavelmente está acompanhando a popularização dos remédios Ozempic e Mounjaro para quem deseja perder peso de forma rápida. Embora seu desenvolvimento tenha sido para tratar a diabetes tipo 2, esses remédios acabaram ganhando destaque na luta pelo tratamento da obesidade.

Esse é um tema que tem gerado bastante debate no meio da saúde, não pelos efeitos adversos que esses medicamentos causam ao nosso organismo, mas sim pelo fato de que a popularização traz junto os usos incorretos da medicação, ou seja, muitas pessoas não obesas estão utilizando tanto o Mounjaro quanto o Ozempic para perder peso ao invés de melhorar a alimentação e praticar exercícios físicos, acreditando que assim estão aderindo a uma vida mais saudável.

O que é o Mounjaro

A tirzepatida, conhecida como Mounjaro, é um medicamento injetável semanal desenvolvido pela Eli Lilly, com uma ação dual: ativa simultaneamente os receptores hormonais GIP (polipeptido insulinotrópico dependente de glicose) e GLP‑1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1). Esse é um medicamento que atua no tratamento da diabetes tipo 2.

Ao agir simultaneamente, o Mounjaro traz como efeitos a redução do apetite, aumento da sensação de saciedade e aceleração da queima de gordura, ou seja, o combo perfeito no tratamento da obesidade.

Mounjaro é aprovado pela Anvisa

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é um órgão do governo ligado ao Ministério da Saúde do Brasil. Ela foi criada em 1999 e tem como principal função proteger a saúde da população, regulando e fiscalizando produtos e serviços que envolvem risco sanitário.

Um de seus principais papéis é justamente a aprovação ou reprovação de medicamentos, como no caso do Mounjaro, que recentemente recebeu a aprovação também para o tratamento da obesidade.

É importante ressaltar que o tratamento exige supervisão médica regularmente, pois entre os efeitos adversos, destacam-se as náuseas, diarreia, vômitos e desconfortos gastrointestinais, que afetam cerca de 18% dos usuários, principalmente no início.

Então é só chegar na farmácia e comprar o Mounjaro?

Não! Justamente para evitar o uso indiscriminado, a Anvisa determinou que será obrigatória a retenção da receita médica em farmácias tanto para tirzepatida quanto agonistas de GLP-1. 

Assim a receita, com validade de até 90 dias, deverá ser impressa em duas vias, pois uma ficará na farmácia. Essa determinação é importante para garantir que o paciente esteja realizando o tratamento dentro das indicações corretas e com supervisão profissional.

Plano de saúde cobre Mounjaro ou Ozempic?

Sim, agora os planos de saúde devem cobrir o Mounjaro e Ozempic como tratamento para obesidade, desde que haja prescrição médica, pois já existe a aprovação da Anvisa, assim como para o tratamento da diabetes tipo 2. Essa cobertura é estabelecida pela  Lei nº 9.656/1998 (Lei dos Planos de Saúde), que determina a cobertura de tratamentos necessários à saúde do beneficiário.

Para solicitar a cobertura, o beneficiário deve apresentar o pedido à sua operadora, como Bradesco Saúde, Amil ou Sulmed, por exemplo, incluindo laudos médicos e a prescrição que justifique o uso do medicamento. 

Em caso de negativa do plano de saúde, é possível acionar a justiça para liberação ou reembolso dos valores utilizados na compra dos medicamentos.

Mounjaro não é a solução para perder peso

Embora muito eficaz no tratamento, você deve entender que a tirzepatida não é um remédio com fins estético, mas sim tratamento da obesidade como doença crônica. Por isso, seu uso deve fazer parte de uma estratégia que tenha junto uma alimentação saudável, exercícios regulares e acompanhamento médico.

O suporte médico é fundamental para o acompanhamento, pois o uso do medicamento deve ser contínuo. Sua suspensão pode causar reganho de peso.